sábado, 25 de outubro de 2008

A TURMA DO PAPUM ATACA NOVAMENTE




Tendo em vista uma crítica que eu e minha mulher fizemos sobre a Turma do Papum e a resposta que obtivemos de Márcia Moellmann Pagani aqui . Eu e Andréia decidimos que valia um novo Blog Post ao invés de uma simples resposta nos comentários de um post antigo.

Desta forma nossos visitantes poderão se atualizar no diálogo e emitir também suas opiniões sobre a conversa.


Olá Márcia Moellmann Pagani,

Antes de mais nada gostaria de dizer 2 coisas, em primeiro lugar, obrigado pela resposta, afinal, o espaço de Blog é um espaço de exercício de cidadania, de liberdade de expressão e de diálogo e fico muito feliz quando encontro pessoas que respondem e comentam blogs.

Em segundo lugar meu nome é Rodrigo Vieira Ribeiro e está escrito na íntegra no perfil deste blog, por favor use meu nome corretamente, já que não sei quem é “Vieira de Melo”. Eu e minha mulher não temos medo e não nos escondemos, mas sentimos uma pontinha de ameaças pessoais em seu comentário, é para termos medo?

Percebemos que nossa crítica foi apagada de seu blog, o que demonstra que nossa crítica foi muito melhor que o desabafo despretensioso que fizemos.

A atitude de apagar um comentário contrário às suas idéias e demonstra uma visão de mundo bem antiga, de um tempo ultrapassado pela democracia do século XXI, a Era das Ditaduras Militares que tentavam eliminar e apagar as opiniões contrárias onde quer que estivessem.

Uma visão que não combina com quem se diz “Empresária de Produção Teatral”.

A crítica é necessária ao desenvolvimento da sociedade, o que seria do mundo sem crítica? Sem opiniões contrárias?

Sobre crítica recomendo a todos a leitura de um artigo de meu amigo Paulo Franchetti.

Não houve em nossa crítica nenhum desrespeito gratuito, não houve desrespeito e nada foi gratuito, pagamos para fazê-lo e muito, foram 7 ingressos, mais os impostos da lei de incentivo à cultura (pagamos 2 vezes).

Gastamos nosso tempo preocupados com a produção infantil, temos 4 filhos pequenos que são expostos à todo tipo de produção artística e cultural. Fazemos questão de levá-los a todo tipo de produção para que eles aprendam, autonomamente, a escolher entre o que é bom e o que é ruim.

Acredito que se vocês são realmente preocupados com a responsabilidade da arte e desejam manter uma qualidade de produção, e que nossa crítica deve ter sido extremamente valiosa, uma vez que apontamos, bem embasados, nossa opinião sobre seu trabalho apresentado aqui em Ipatinga.

Como eu disse em meu texto, mesmo os mais experimentados ou os maiores teóricos também erram.

Um outro amigo meu sempre diz que “A autoridade do argumento sempre deve ser superior ao argumento da autoridade”, o que entendo como: não interessa qual é a sua formação, ou idade, ou poder, ou tempo de experiência, se seu argumento é fraco ou se seu trabalho é ruim.

Não fizemos comentários grosseiros nem superficiais. O que eu escrevi sobre o gosto das crianças, escrevo também sobre o gosto de qualquer pessoa... gosto não é parâmetro de avaliação. E isso não significa que eu desprezo o que as crianças pensam, muito pelo contrário.

Seguindo seu parâmetro de que gosto é determinante para a produção, aquela melô do KRÉU faz um tremendo sucesso, vende muito e é um lixo. Se seu objetivo é manter a população dentro do gosto baixo e duvidoso, quem subestima e despreza a capacidade de compreensão das crianças é você.

Espero que você perceba e compreenda que em um lugar onde o acesso às artes e ciências é limitado aplaude-se de pé qualquer pessoa, na intenção de que outros melhores apareçam atrás da receptividade do público.

Em nosso País não é diferente, o Brasil também possui pequena produção teatral e a idéia é sempre estimular aos artistas para que eles continuem produzindo.

Com o incentivo fiscal para produções culturais, Lei Rouanet e outras leis semelhantes (muito positivo por sinal e isto está fora de questão), é preciso que haja fiscalização e crítica do público. Afinal é nosso dinheiro de impostos que é usado para financiar estas produções, estou pagando 2 vezes, pelo imposto e pelo ingresso. O contribuinte precisa ficar atento aos amadores e pessoas que estão se aproveitando da falta de critério e a falta de fiscalização da população para conquistar espaços nobres como estes. Não penso que seja o seu caso, por isso escrevi a crítica.

Para poupar o tempo de leitura as partes mais pessoais desta resposta você encontrará nos comentários das postagens originais.

Abraços


Rodrigo

2 comentários:

Andréia disse...

Prezada Márcia,
Aqui você é muito bem-vinda.
Fiquei contente com a sua resposta às minhas críticas. Estou cada vez mais convencida de que o espaço para o diálogo é o único caminho para a formação do espírito crítico e a comunidade de aprendizagem "Doce Infância" foi criada com esse objetivo. Para as crianças, creio que é uma grande oportunidade para acompanhar uma discussão, e observar como é que as pessoas respondem, aceitam e lidam com as diferentes opiniões sobre seus trabalhos.
Lamento, que meu comentário tenha sido removido do seu blog. E lamento mais ainda que você tenha entendido a minha análise do seu trabalho como um ataque pessoal. Afinal de contas, sabemos, como educadores que somos, que cidadania se constrói com inclusão, não é mesmo?
Um abraço e aguardo suas respostas no meu blog.

Andréia disse...

Prezada Márcia,
Muito obrigada pela sua resposta às minhas críticas. Estou cada vez mais convencida de que o espaço para o diálogo é o único caminho para a formação do espírito crítico.
Tentarei não responder aos seus ataques pessoais por que estou certa de que esta discussão nada tem de pessoal. Falei de um dos seus trabalhos. Não estou julgando suas características físicas ou preferências gastrômicas. E eu realmente nunca experimentei lagartixas, mas confesso que observar o traçado delas nas paredes, muitas vezes é uma experiência estética fabulosa. Mas realmente não estamos falando disso. Também não critiquei os problemas técnicos que vocês tiveram na abertura do espetáculo, nem do atraso para o começo da peça, pontos que eu poderia sim considerar desrespeitosos. Mas como o que se seguiu foi tão absurdo, do ponto de vista de qualidade em produção cultural para crianças, eu acabei considerando esses pormenores pequenos.
Prá começo de conversa, considerar uma obra boa porque teve casa cheia é um argumento falido. Então é bom “Bonde do Tigrão para crianças”? É bom porque vendeu muito? Você realmente concorda com isso?
Me senti no direito de criticar, já que, como platéia sou parte do processo criativo. Além do mais, paguei o ingresso e investi meu precioso tempo. Se não gostei, tenho mais do que direito de reclamar. Numa sociedade inclusiva eu tenho o DEVER de reclamar.
Espero que essa conversa esteja começando. Se você tiver interesse, creio que podemos falar sobre esse tema “qualidade da produção cultural para criança”. Nosso país é repleto de bons exemplos de artistas que tem trabalhos riquíssimos (desde Monteiro Lobato, né?) e teóricos gabaritados, com produção e debates substanciais sobre o assunto.
Tomara que você tope continuar conversando mas sem os ataques pessoais ou, aí sim, eu vou me considerar superior. A minha querida Carolina Costa, jornalista do “Guindaste” tem frase assim: “Rico é quem sabe defender seu ponto de vista sem ser grosseiro”. Não é assim que a gente cresce?
Um abraço